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Estudo afirma que tecnologia não leva ao isolamento social.

Surpreendendo o senso comum e colocando em cheque pesquisa feita em 2006 pela American Sociological Association (ASA) que dizia que o uso de novas tecnologias levava a um isolamento social, um estudo da Pew Internet & American Life Project divulgado nesta semana nos Estados Unidos concluiu que pessoas que usam a internet e têm um telefone celular têm uma maior e mais extensa gama de amigos.

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O “tamanho” desses grupos de amigos – ou seja, uma medida dos laços sociais mais importantes – diminuiu em cerca de 30% nos últimos 24 anos, mas isso não tem conexão com o uso de celulares ou internet. Isso porque o uso desses serviços na verdade faz com que as pessoas estejam mais conectadas entre si e mais abertas à comunicação.

Dados da Pew Internet revelam que pessoas que compartilham fotos online estão mais propensas a discutir política com pessoas de outros partidos, e que blogueiros são 72% mais inclinados a participar de uma associação voluntária local.

“Ao contrário do argumento de que o uso da internet limita a participação das pessoas em comunidades, instituições ou espaços locais, nossas descobertas mostram que a maioria das atividades na internet estão associadas a um alto nível de atividades locais”, afirmaram os pesquisadores Keith Hampton, Lauren Sessions, Eun Ja Her e Lee Rainie em entrevista ao site TG Daily.

Apesar de supostamente ter sido uma realidade há três anos, hoje o estudo da ASA perde força. “Quando examinamos a rede social completa das pessoas – seus laços fortes e fracos – o uso de internet em geral e a participação em serviços de redes sociais estão associadas com uma rede social mais diversa”, reporta o relatório da Pew Internet.

Hampton, que é professor da Universidade da Pensilvânia, diz que um dos objetivos do estudo era justamente rebater as conclusões do estudo da ASA. Os novos resultados mostram que a quantidade de americanos que podem ser descritos como socialmente isolados – aqueles que não têm alguém para discutir assuntos considerados importantes em sua vida – não mostrou alteração desde 1985, permanecendo em 6%. Foi constatado ainda que as redes de discussão são 12% maiores entre usuários de celulares, 9% maiores para aqueles que compartilham fotos online, e 9% maiores para os que usam mensagens instantâneas.

A diversidade das pessoas do núcleo de relacionamento também tende a ser maior para os usuários das novas tecnologias. A variedade de indivíduos é 25% maior para os usuários de celulares, 15% maior para usuários de internet, e ainda maior para os que usam mensagens instantâneas e compartilham fotos digitais online.

Em um ano normal, os americanos têm, em média, contatos pessoais com indivíduos de relacionamento mais próximo (família e amigos) em aproximadamente 210 dias; contatos via celular em 195 dias e via telefone fixo em 125 dias. As mensagens de texto são usadas em 125 dias do ano, enquanto os sites de redes sociais são usados em 39 dias. O menor número é o de contatos via cartas, apenas oito dias.

A conclusão é de que, embora as pessoas passem cada vez mais tempo em frente às telas de computador, isto não traz prejuízos para os seus relacionamentos na vida real. Os resultados mostram que redes sociais, como Facebook, Linkedin e MySpace promovem grupos nos quais há uma maior probabilidade de relacionamento entre pessoas com diferentes experiências de vida, o que representa uma vantagem em termos de diversidade.

Outra conclusão do estudo é que, embora muitos pensem na internet como um meio de comunicação global, os indivíduos estão usando suas ferramentas, como redes sociais, e-mail e mecanismos de mensagens instantâneas, para conversar com pessoas muito próximas, como amigos que moram na mesma área.

“As pessoas não necessariamente estão usando a internet para entrar em contato com pessoas do outro lado do mundo; elas a estão usando para falar com pessoas de sua mesma área metropolitana”, disse Hampton.

Denominado Social Isolation and New Technology (Isolamento Social e Novas Tecnologias, em português), o estudo envolveu 2.512 entrevistas com adultos por telefone no verão norte-americano de 2008 (inverno no hemisfério sul), tendo uma margem de erro de 2,1%. O estudo completo pode ser conferido online no site da Pew Internet ou pelo download do pdf que contém o relatório (em inglês) pelo atalho bit.ly/PewResearch.

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Recomenda: Prof. Alexandre

Pesquisa mostra que 16% preferem se comunicar pelo computador do que pessoalmente.

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A grande novidade nas comunicações dos últimos dez anos foi a criação das redes sociais. A prova disso é que o Orkut, Facebook e Twitter já fazem parte da rotina de 45% da população brasileira. Essa grande penetração das redes sociais tem uma contrapartida um tanto quanto não-social: 16% das pessoas preferem se comunicar com amigos, familiares e colegas de trabalho por computador ao invés de pessoalmente.

Essas informações são da a pesquisa Conectmídia: Hábitos de consumo de mídia na era da convergência, divulgada nesta semana pelo Ibope Mídia. A intenção do instituto foi mapear o comportamento das pessoas nesses tempos de excesso de informação e, principalmente, ajudar as empresas a entenderem o comportamento da nova geração de clientes.

O resultado? Pelo menos 53% das pessoas se sentem pressionadas pela quantidade de informações com que têm que lidar no dia-a-dia. Mas, mesmo se sentindo pressionados, dois terços da população conseguem absorver todas as informações que querem. E essas pessoas não ligam por qual meio chegaram os dados, 81% das pessoas se importam mais com a qualidade da informação do que com o veículo que a transmite.

Mesmo com tantas fontes disponíveis para se informar, 82% dizem que se dedicam a uma fonte de cada vez, evitando usar duas plataformas ao mesmo tempo. Mesmo assim, grande parte dos jovens acessa a internet enquanto usa outros meios e grande parte dos adultos lê a mídia impressa enquanto vê TV ou ouve rádio.

Entre os itens que os consumidores veem como prioritários em sua lista de compras, está a TV com 77% e o celular com 70%. O computador vem em terceiro lugar, com 58%. Ou seja, mesmo com o excesso de informação, as pessoas buscam mais meios de comunicação. Mas, como os dados sobre as redes sociais mostraram, essa busca é para se integrar ou se isolar cada vez mais?

Por Guilherme Rosa

Fonte Blog da Revista Galileu

O melhor lugar para reclamar da vida.

Com mensagens curtas e anônimas, sites de desabafo fazem sucesso e inspiram até seriado de TV
Danilo Venticinque

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Reclamar da vida em redes sociais é uma tática infalível para ser ignorado, perder seguidores ou receber respostas atravessadas. No Twitter, esse tipo de desabafo é tão mal visto que ganhou até uma palavra-chave (hashtag) – o infame #mimimi, normalmente precedido de um comentário sarcástico sobre as reclamações do usuário. O resultado é que, para não se exporem ao julgamento dos implacáveis amigos virtuais, internautas recorrem a esconderijos onde dividem queixas, confusões e até vitórias insignificantes do dia-a-dia: os sites anônimos de desabafo.

SAIBA MAIS

Nos Estados Unidos, o exemplo mais recente desse fenômeno é o site Texts from last night (“mensagens da noite passada”), que recebe os visitantes com a seguinte frase: “Lembra aquela mensagem que você não deveria ter mandado ontem à noite? Nós lembramos”. Com esse slogan, um design quase precário e colaborações constantes de usuários, a página se tornou uma das maiores sensações da internet em 2009.

A ideia é simples: reunir desabafos ou mensagens embaraçosas de internautas anônimos, identificados apenas pelo código de região de seus celulares. O serviço, lançado em fevereiro, logo atingiu uma média diária de 4 milhões de acessos. Sociólogos chegaram a chamá-lo de “um documento vivo sobre o cotidiano dos jovens em 2009”. A popularidade chamou a atenção do canal de televisão Fox, que recentemente assinou um contrato para produzir um seriado sobre os depoimentos.

A história de sucesso é semelhante à do primeiro grande site do gênero: o F my life (“F… minha vida”), criado em 2008 por uma dupla de franceses. As histórias enviadas por usuários deram origem a um livro, que chegou no início do ano às livrarias da França e dos Estados Unidos. O serviço inspirou outros sites com o mesmo formato, como o My life is average (“minha vida é mediana”), para internautas com vidas sem graça, e o It made my day (algo como “ganhei o dia”), para comemorar pequenas conquistas do cotidiano.

No Brasil, o posto é ocupado pelo sugestivo Vida de merda, que recebe atualizações diárias e é integrado a outras redes sociais, como Twitter e Facebook. Nada mais conveniente para quem quer reclamar da vida anonimamente, sem se arriscar a perder amigos virtuais. Sem saber quem é o autor da história, eles podem rir sem culpa dos infortúnios alheios – o que, por si só, já seria motivo para outra reclamação.

A seguir, confira alguns dos melhores depoimentos (publicáveis) enviados para os sites:

Alguns desabafos de internautas:

Vida de merda

“Hoje, depois de terminar com o idiota do meu namorado por ele ficar atirando com arma de paintball no meu cachorro, ELE me chamou de infantil. Minha mãe concordou.”

“Hoje minha namorada pegou minhas senhas do Gmail e MSN ‘só para olhar’. Peguei as dela também. Ela roubou minhas senhas, mudou as dela e, quando fui pedir satisfação, ela disse: ‘vou ficar com seu Orkut, Gmail e MSN por 2 meses só para averiguar, depois devolvo. Os emails importantes te encaminho para o Yahoo’.”

“Hoje fui até meu apartamento para ver se o gesseiro havia feito o serviço direito. Chegando lá, a parede que ele havia subido estava completamente fora de esquadro, ou seja, torta. Quando reclamei, ele retrucou dizendo que meu apartamento é que estava torto. “

Texts from last night

“Acho que o meu eu bêbado está dizendo alguma coisa para o meu eu de ressaca… Só preciso decifrar o código”

“Às vezes me sinto tão sozinho que programo o despertador do celular para tocar a cada 5 minutos e imagino que estão me mandando mensagens.”

F my life

“Hoje minha namorada terminou comigo dizendo que queria alguém mais parecido com o Edward. Eu perguntei quem era Edward e ela me mostrou um exemplar de Crepúsculo. Ela estava falando de um vampiro fictício.”

“Hoje recebi meu passaporte pelo correio. Eles erraram minha data de nascimento. Peguei a certidão de nascimento que eu tinha enviado junto com os formulários e descobri que meus pais comemoram meu aniversário no dia errado há 16 anos.”

“Hoje meu noivo terminou comigo por uma mensagem no MySpace. Nós estávamos no mesmo apartamento.”

My life is average

“Hoje, no jantar, minha mãe perguntou quantos filhos minha irmã queria ter. Ela respondeu: ‘Eu quero 22, cada um com um pai diferente para eu ganhar mais com a pensão’. Minha irmã está proibida de sair de casa para sempre.”

“Hoje fui tomar uma ducha e, no meio do banho, senti uma coisa estranha embaixo dos meus pés. Olhei para baixo e vi que ainda estava de meias.”

It made my day

“Hoje vi um pombo defecando em outro pombo. Justiça.”

“Minha esposa me deu um relógio horrível de aniversário de casamento porque não gostava do que eu costumava usar. Ela insistiu para eu usar o novo e hoje, quando eu finalmente concordei, fui assaltado. Levaram só o relógio.”